BHUJ

Embora classificada como exótica, a raça Bhuj nem é raça e, muito menos, exótica pura. Foi originada pelo acasalamento, ao acaso, entre animais Nubianos e alguns indivíduos que chegaram da Índia, por ocasião da importação de 1962 (Nelore, Gir e Guzerá). Esses indivíduos foram um presente, de um criador da região de Bhutje. Por não saberem o nome da raça, os animais foram denominados "Bhuj".

Na ilha de Fernando de Noronha, por ocasião do quarentenário de todos os animais importados, os Bhuj misturaram-se com os Nubianos que lá vivem na ilha há longo tempo, na Vila de Quixaba. Também na ilha existem caprinos de pequeno porte, tipo "pé-duro", nas extremidades de Pedra do Bode e Morro Francês. Por ocasião das secas e das enchentes, todos os caprinos da ilha fogem para um local chamado "Ilha dos Ratos", onde são acasalados naturalmente.

A pelagem dos produtos, a princípio, era vermelha mas havia indivíduos negros, de orelhas sarapintadas. Até um lote de animais brancos chegou a ser obtido! Os sertanejos preferiram a pelagem negra e logo o Bhuj dominou o gosto de grande maioria de selecionadores. A pele ganha bons preços no mercado internacional, segundo afirma um curtume do Ceará. A raça não se presta para a produção de leite, embora um criador da Bahia seja pregador dessa aptidão e venha exibindo animais bons produtores.

O Bhuj, porém, não mereceu a atenção de seus criadores, passou a criar problemas em muitos plantéis: abandono de crias, selvageria declarada, covardia em alguns casos, etc. Logo, o grande porte passou a significar "perigo" para os proprietários, pois o Bhuj chega a investir contra as pessoas, em determinados momentos.

Os planteis vermelhos, que diziam possuir animais excelentes para mestiçagem de carne, sumiram. Não se conhece hoje, nenhum plantel vermelho. Também o único plantel de Bhuj branco encontra-se, desestimulado. Dos plantéis de Bhuj preto restam quase uma dezena em todo o Nordeste. O destino do Bhuj talvez venha a ser o mesmo que o da raça Jamnapari. Por outro lado não se verificou, em nenhum momento, um trabalho persistente de seleção para carne, preferindo os criadores aterem-se ás características de grande porte das crias. Mais do que um melhoramento, a raça Bpuj foi uma "moda" que, como tantas outras, está vivendo seus últimos dias, pedindo para ser preservada nas mãos de alguém que tire proveitos das grandes virtudes que apresenta.